Fiscalização

Vitória! Justiça proíbe remuneração abaixo do salário mínimo profissional

CAU/RS venceu ação movida contra Prefeitura Municipal de Triunfo. 

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) obteve nova conquista junto à Justiça Federal, desta vez em decisão favorável emitida pela 5ª Vara da Federal de Porto Alegre.

O CAU/RS moveu uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Prefeitura Municipal de Triunfo, que realizou concurso público prevendo contratação de profissional de Arquitetura e Urbanismo, porém com remuneração abaixo do estipulado pelo salário mínimo profissional

Para uma jornada de 33 horas semanais, o arquiteto e urbanista contratado receberia R$ 3.406,48. Ao constatar a ilegalidade no valor praticado, o Conselho entrou com a ação para que a prefeitura suspendesse o edital e corrigisse o montante, conforme o piso mínimo previsto na Lei nº 4.950-A/1966. O concurso já havia sido realizado, mas com a publicação da liminar em primeiro grau, o município foi proibido de nomear o profissional de Arquitetura e Urbanismo, tendo que suspender o concurso para esse cargo. Se optar por realizar novo certame incluindo contração de arquitetos e urbanistas, a prefeitura municipal deverá prever a remuneração de acordo com o salário mínimo profissional, o que deve resultar num montante de R$ 6.600.

 

Leia o despacho na íntegra

 

“Esta conquista, embora em sede liminar ainda, é um importante marco para o Conselho e para os profissionais de Arquitetura e Urbanismo. Aos poucos, estamos conseguindo reverter o que seria um posicionamento comum dos juízos de primeiro grau”, aponta o assessor jurídico do CAU/RS, Flávio Salamoni. “Importante destacar que os tribunais têm se posicionado no sentido de que é da União a competência para legislar sobre organização do sistema nacional de emprego e sobre condições de trabalho, conforme o disposto no art. 22, inciso XVI, da Constituição Federal, não sendo possível que entes de outras esferas contrariem as normas federais que estão em vigor”, acrescenta.

 

Conquista inédita no TRF4

Esta não é a primeira vez que o CAU/RS vence uma ação para garantir a correta remuneração de arquitetos e urbanistas. Em 2020, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) emitiu uma decisão a favor do Conselho, que moveu uma ação em conjunto com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS) contra a Prefeitura Municipal de Bagé. Relembre o caso

 

Cada arquiteto um fiscal da profissão

Em 2019, o CAU/RS lançou a campanha Cada arquiteto um fiscal da profissão, que incentiva a realização de denúncias por parte da população e dos arquitetos e urbanistas. As ações de rotina de fiscalização crescem a cada ano que passa principalmente por meio do trabalho da equipe do CAU Mais Perto. Com o apoio da população, o objetivo é aumentar também o número de denúncias cadastradas. Saiba mais.

 

4 respostas

  1. Infelizmente os pequenos escritórios nunca terão oportunidade de contratar ninguém, com este piso salarial todos os que se formarem terão de abrir seu próprio escritório se quiserem trabalhar, pois oportunidades de empregos serão cada vez mais raras…
    Ou paga -se o piso ou leva ação!
    Poderiam no mínimo trabalhar com tabelas progressivas mais acessíveis.

  2. Já solicitei ao CAU/SC que interviesse junto à Prefeitura de Guaramirim para termos o nosso piso garantido, mas a posição do Conselho foi de que tal obrigatoriedade não se aplica após a contratação. Ou seja, casos os reajustes salariais sejam menores do que o do salário mínimo nacional, passamos a receber menos que o piso. É uma decepção que o CAU/SC não tenha a mesma atuação efetiva do CAU/RS.

  3. BUENAS..tchê…sem dúvida importante essa matéria…mas demonstra que um profissional de nivel superior ganha menos que um relés vereador, cuja maioria não tem formação alguma…saindo fora da região metropolitana.

  4. fui recentemente contratada por um escritório que não assinou minha carteira, me paga 2260 reais e ainda desconta INSS, o que vem pra mim são míseros 2003 reais.
    faço home office mas me cobram desempenho e 8hrs por dia de trabalho, além de prazos insanos.
    me contrataram como autônoma mas não posso tentar outros trabalhos pois pediram exclusividade pro escritório.
    era isso ou passar fome, mas me sinto extremamente explorada porque o volume de projetos do escritório é muito grande e são todos projetos de grande porte, casas suntuosas em locais abastados do rio de janeiro.

    triste ver que temos que nos submeter à isso pra conseguir comer e mais triste é saber que minha patroa tá todo fim de semana no clubinho de hipismo desfilando de iphone 12 às minhas custas.

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