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CAU/RS defende concurso público de arquitetura para ocupação da Maesa em Caxias do Sul

O conselheiro Carlos Eduardo Mesquita Pedone, que atua na Comissão de Exercício Profissional do CAU/RS, defendeu nesta terça-feira (07/11) em entrevista para o jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, cidade localizada na Serra Gaúcha, a realização de concurso público de arquitetura para apropriação do prédio da Maesa. O antigo prédio, inaugurado em 1948, é patrimônio histórico municipal e concentrava os trabalhos de fundição, mecânica, forja e produção de talheres. Foi lá, por exemplo, que o Monumento ao Imigrante – tradicional monumento de Caxias do Sul – foi fundido, entre 1953 e 1954.

Há um embate na comissão especial de ocupação da Maesa. De um lado, o secretário de Planejamento, Fernando Mondadori, defende a confecção de um projeto pelo próprio município, com o objetivo de apresentá-lo a possíveis investidores. De outro, a titular da secretaria da Cultura, Adriana Antunes, defende que o caminho mais adequado é lançar a proposta em um concurso público nacional.

Prédio da Maesa. Foto: Pioneiro/ClicRBS

“É a chance de projetar a Maesa e Caxias do Sul para o Brasil. A intenção é já divulgarmos o complexo como a referência cultural que pretendemos torná-lo, o que é, inclusive, o principal propósito de toda a ocupação”, defendeu Adriana. Para Mondadori, que irá apresentar as propostas ao prefeito Daniel Guerra, a abertura do concurso público engessaria o processo e reduziria as opções para eventuais investidores

De acordo com o conselheiro Pedone, representante do CAU/RS, que integra a comissão de ocupação, a opinião de Mondadori “carece de conhecimento” acerca das reais possibilidades e das regras que regem um concurso nacional.

“O concurso público é fundamental, pois amplia as opções de escritórios qualificados que podem colaborar e qualificar de forma significativa o projeto, sem contar que projeta a Maesa nacionalmente. Há um receio devido a experiências traumáticas, como os Pavilhões (da Festa da Uva), em que a prefeitura ficou refém do projeto arquitetônico, mas lá se vão 40 anos. Desde então, colecionamos vários exemplos positivos. A França, por exemplo, lança mais de 2 mil concursos por ano e são totalmente funcionais”, ressaltou.

Clique aqui para compreender o caso e ler a matéria completa.

Conselheiro Pedone (à esq.) durante o Encontros CAU/RS em Caxias do Sul. Foto: CAU/RS

Um pouco de história

O complexo compreende todo o quarteirão entre as ruas Plácido de Castro, Dom José Baréa, Pedro Tomasi e Treze de Maio. Conforme a doutora em Arquitetura e Urbanismo Ana Elísia Costa, autora da pesquisa “A Poética dos Tijolos Aparentes e o Caráter Industrial – Maesa”, o prédio segue o estilo das fábricas de padrão manchesteriano e das primeiras de caráter moderno no mundo e no Brasil.

Idealizada e projetada pelos arquitetos Silvio Toigo e Romano Lunardi, a Maesa envolve quatro quadras, deixando livre uma grande área verde, uma pracinha, um lago e algumas ruas internas de acesso, onde estão distribuídas galpões e edificações de um e dois andares. Maesa é a sigla para Metalúrgica Abramo Eberle Sociedade Anônima.

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