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Representatividade negra na Arquitetura e Urbanismo

No Dia da Consciência Negra, conheça projetos que lutam pela representatividade negra na Arquitetura e Urbanismo.

O dia 20 de novembro é celebrado em memória a Zumbi dos Palmares, último líder do maior quilombo do período colonial brasileiro. A Lei nº 10.639/2003 determina a inclusão de “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar, e institui no calendário escolar o dia 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. A data só foi reconhecida como oficial nos calendários brasileiros oito anos mais tarde, a partir da Lei nº 12.519/2011, que cria o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, sem obrigatoriedade de feriado.

Novembro é o mês que marca a luta por igualdade e respeito, mas o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. Após 131 anos do fim da escravidão, o racismo ainda está presente na sociedade brasileira. No futebol, no jornalismo, nos mercados, em escolas e universidades. Na Arquitetura e Urbanismo, o cenário não é muito diferente. Os Conselhos de Arquitetura não possuem recorte racial, o que impossibilita a construção de políticas públicas direcionadas a partir de dados sólidos. Partindo desse princípio, sabemos que a discriminação racial pode vir de qualquer lugar, e a luta por igualdade se faz ainda mais necessária.

Onde estão os arquitetos e arquitetas negras?

“Existem vários arquitetos negros. Existem, inclusive, muitos arquitetos africanos. Só que são pessoas que estão criando coisas e  que não estão fazendo parte da nossa literatura enquanto referência”, conta a arquiteta e urbanista Stephanie Ribeiro no vídeo Quem pensa as cidades? Racismo na arquitetura, produzido pelo Canal Preto. Assim como muitos arquitetos, Stephanie relata que não se sente representada no seu meio de atuação. Confira:

Pensando na falta de representatividade de arquitetas e urbanistas negras no mercado brasileiro, começaram a surgir projetos para dar visibilidade para os profissionais. O Arquitetas e Arquitetos Negros pelo Mundo, por exemplo, realiza um mapeamento da presença negra nos campos da Arquitetura, Urbanismo e Planejamento Urbano. O objetivo é construir um banco de referências que represente profissionais de diferentes nacionalidades, locais de formação e atuação. Clique aqui para acessar ao formulário. O coletivo Arquitetas Invisíveis também possui um formulário em aberto para o mapeamento das arquitetas negras presentes no mundo da Arquitetura e Urbanismo, que estiveram ou estão ativas, num recorte primordial de raça e de gênero.

A arquiteta Gabriela de Matos, de Belo Horizonte (MG), desenvolveu o projeto Arquitetas Negras. “É a primeira ação que estamos desenvolvendo para diminuir a desigualdade de gênero e de raça na Arquitetura”, explica. Em 2018, o coletivo realizou um mapeamento online para catalogar, divulgar e potencializar o trabalho de mulheres negras nas áreas da Arquitetura, Design e Urbanismo. O objetivo é divulgar a pesquisa em um banco de dados público produzido pela iniciativa. Em agosto deste ano, o projeto também lançou a primeira edição da Revista Arquitetas Negras Vol.1, a primeira publicação de arquitetura e urbanismo produzida exclusivamente por arquitetas negras. Gabriela de Matos também marcou presença no 21º Congresso Brasileiro de Arquitetos, no painel “Mulheres e arquitetura: atuação e estratégias”, onde apresentou o projeto e as ações realizadas pela iniciativa.

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