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Projeto de habitação popular no coração de Porto Alegre

Projeto de habitação popular para Assentamento 20 de Novembro. Foto: AH! Arquitetura Humana

Um prédio federal com décadas de abandono tem a chance de ser recuperado para abrigar com qualidade famílias em situação de vulnerabilidade social no centro Porto Alegre. É o que propõe um projeto selecionado no edital de patrocínios de programas de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS). O projeto, viabilizado pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul (SAERGS), prevê tornar o edifício do bairro Floresta em lar digno para aproximadamente 40 famílias de baixa renda.

Foto: AH! Arquitetura Humana

O prédio federal abandonado há 50 anos, localizado na rua Barros Cassal número 161, é hoje espaço de ocupação de diversas famílias do Assentamento 20 de Novembro, movimento que ganhou a concessão do direito real de uso do edifício em 2016. As atuais condições da construção não são as melhores. O projeto destina os fundos do prédio principal, hoje em ruínas, para as habitações populares, com atividades complementares como uma ciranda, uma pequena biblioteca e um centro cultural. Ainda, os tijolos maciços e terrosos que serão removidos da pré-existência, resultado das obras de re-arquitetura, retornarão ao prédio na forma de cobogós, característicos da arquitetura brasileira, de paisagismo e de mobiliário das áreas externas.

O projeto Assentamento 20 de Novembro está sendo financiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida Entidades e faz parte do projeto Morar Sustentável, do SAERGS. Os arquitetos e urbanistas responsáveis pelo projeto arquitetônico são Franthesco Spautz, Karla Moroso, Paola Maia Fagundes, Paulo Bicca e Taiane Chala Beduschi do escritório AH! Arquitetura Humana.

A premissa do projeto é ser fiel às raízes. Por isso, está sendo coordenado pelos próprios moradores da ocupação. Atualmente, o projeto tramita na Comissão de Análise e Aprovação da Demanda Habitacional Prioritária (CAADHAP).

 

O Prédio

Atual Assentamento 20 de Novembro. Foto: Divulgação

Originalmente, em 1955, a edificação, localizada na rua Barros Cassal, seria destinada a um hospital para os funcionários da extinta Rede Ferroviária Federal, mas o projeto foi abandonado. O prédio ficou vazio por aproximadamente 50 anos, até que em 2013 foi ocupado pelo Assentamento 20 de Novembro, tornando-se o lar de diversas famílias de baixa renda. Em março de 2016 a ocupação recebeu a concessão do direito de uso do imóvel. Um mês depois, o projeto de recuperação do prédio foi aprovado pela Caixa Econômica Federal, dentro do Minha Casa, Minha Vida Entidades. No mesmo ano, o escritório AH! Arquitetura Humana assumiu a responsabilidade técnica do projeto.

 

O edital

O edital de patrocínio de projetos de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) foi lançado pelo CAU/RS em 2017 (para conferir, acesse o Aviso de Chamada Pública nº 001/2017 no Portal da Transparência). Dois projetos foram selecionados. Um deles é o Morar Sustentável, proposto pelo SAERGS, e o outro é o programa de fomento à Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS).

Veja também o projeto vencedor proposto pelo IAB que apoia uma iniciativa de habitação social em São Leopoldo e também foi apresentado no site do CAU/RS. Leia mais.

 

 

3 respostas

  1. Excelente proposta. Trabalhei 13 anos nessa esquina, na Arquisul e me regozija ver esse “fantasma” ser restaurado, para uma causa nobre e edificante.
    Parabéns.

  2. Este é o único caminho, onde a arquitetura é sustentada,e sustenta,a realidade social de um povo,de uma nação.sinto-me honrado e feliz,por ter convidado, na época ainda como aluno do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISINOS(Turma de 1973),ao grande amigo e colega, Arq.Urb.Clóvis Ilgenfritz da Silva,autor do programa ATME(SAERGS)-Assistência Técnica a Moradia Econômica, a proferir em sala de aula,na Disciplina de Teoria da Informação,a palestra a respeito do programa recém lançado.Vejo que as raízes seguem seu curso,e deste modo,podemos ver que a missão do ARQUITETO, é esta,salvar a arquitetura que aí estava,a merecer um “RETROFIT/SOCIAL”, e oferecer uma vida digna,aos moradores do “Assentamento 20 de novembro.
    Seria interessante,que o nobre Arquiteto e Urbanista, que lançou de modo corajoso esta semente,venha a inaugurar por “honoris causa”,esta obra digna e social.
    Fica o meu abraço,e reconhecimento a todos os envolvidos neste trabalho,de salvamento e criatividade.
    Bom trabalho.
    Arquiteto e Urbanista-William Cunha Pupe-CAU/RS A10912-6

  3. Eu acho maravilhosa a ideia de usar os prédios abandonados como moradias pra vulneráveis e ate serem reformados e adaptados e vendidos com financiamentos e tipo minha casa minha vida pra as pessoas que precisam, assim restaurarem sua diguinidade, ao mesmo tempo é preciso que haja educação deste morador, ensinar a preservar, cuidar para que nao aconteça o mesmo, como no conjunto habitacional entre a av. Maua e Voluntarios da Patria, ali deveria ter existido combinações, entre os ocupante e o poder publico, de que não pudesse ser construído puxadinhos, fechar passeio publico etc. era tao lindo e se descaracterizou totalmente e virou um favelão, nas nossas vidas , da nossa porta pra fora não podemos invadir o espaço da outra pessoas. Espero de coração que sejam cuidados e protegidos estes espaços para que todos que usam e os que convivem com ele na cidade sejam respeitados. me coloco a disposição se caso precisarem do meu auxilio, sou arquiteta e estou disponível pra colaborar.
    Cleusa mazo – arquiteta e urbanista – especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetonica e Urbanistica CAURS A 12428-1

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