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Conheça os vencedores do Concurso de Arquitetura para o Memorial às Vítimas da Kiss

Grande vencedor do Concurso. Foto: Divulgação/IAB RS

O grande vencedor do Concurso Público Nacional de Arquitetura para o Memorial às Vítimas da Kiss foi anunciado na manhã desta terça-feira (10/04) em cerimônia realizada em Santa Maria. O projeto escolhido em 1º lugar por unanimidade foi do escritório Motta e Zene Engenharia e Arquitetura, de São Paulo (SP), representado pelo arquiteto e urbanista Felipe Zene Motta.

De acordo com a Comissão Julgadora, a proposta se destaca pela oportuna inserção urbana e implantação no nível médio do terreno, seu caráter simbólico e delicadeza ao colocar seu ponto focal em um jardim florido no centro da exposição. O projeto reforça o sentido afetivo do lugar da memória ao mesmo tempo que oferece à cidade uma narrativa do fato de forma a contribuir para a superação. A facilidade e simplicidade de execução e manutenção são favorecidas pela organização espacial das funções em único pavimento.

Foto: Divulgação/IAB RS

Ao todo foram 133 projetos inscritos: quase um terço do Rio Grande do Sul; os demais de 13 diferentes estados, com destaque para São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Dos 133 projetos inscritos, foram entregues 121 trabalhos válidos. A próxima etapa do Concurso será a apresentação do projeto pela equipe vencedora e a assinatura do contrato, que está marcada para o dia 24 de abril em Santa Maria.

O concurso foi lançado no dia 27 de janeiro deste ano com organização do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS) e promoção da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), com apoio da Prefeitura Municipal de Santa Maria, do Escritório das Nações Unidas de Serviços de Projetos e das três faculdades de Arquitetura e Urbanismo da cidade. Saiba mais no Facebook do IAB RS.

Foto: Divulgação/IAB RS

Vencedores

1º lugar: Felipe Zene Motta (São Paulo/SP)

Comentário: “A proposta se destaca por sua importuna inserção urbana de implantação no nível médio do terreno. Seu caráter simbólico e delicadeza ao colocar seu ponto focal em um jardim florido no centro da composição. O projeto reforça o sentido afetivo do lugar da memória ao mesmo tempo que oferece à cidade uma narrativa do fato de forma a contribuir para a superação. A facilidade e simplicidade de execução e manutenção são favorecidas pela organização espacial das funções em único pavimento”.

2º lugar: Frederico André Rabelo (Goiânia/GO)

Comentário: “O edifício proposto se apresenta como um espaço de transição entre o exterior e interior, onde o Memorial se expressa como um recinto que induz a introspecção reforçada pelo uso da luz natural. Os materiais e a morfologia adotada conferem impacto visual e solidez institucional. A permeabilidade espacial garante a integração funcional de todo o programa”.

3º lugar: Fabio Henrique Faria (Curitiba/PR)

Comentário: “A proposta busca fazer desaparecer o edifício através da superfície definida pelos limites do terreno, dando lugar a uma praça de água separada da rua, por um filtro material que aparece como um espaço urbano simbólico e sensorial. O percurso proposto cria um túnel de lembranças onde a luz mutante reforça as sensações”.

4º lugar: Fernando Maculan Assumpção (Belo Horizonte/MG)

Comentário: “O projeto oferece um relevante espaço público aberto para a cidade, concretizando o gesto urbano através da criação do vazio. Há vegetação utilizada como material, cujas cores, aromas e texturas delimitam a composição. A iluminação natural e artificial promove ambiências diurnas e noturnas propiciando a percepção das memórias”.

5º lugar: Paulo Henrique Paranhos (Brasília/DF)

Comentário: “Proposta configura-se como espaço neutro, quase desmaterializado, reforçando atributos do Memorial. A caixa de luz surge como um farol simbólico representativo, acentuando os aspectos solenes do lugar”.

Clique aqui e veja os projetos.

Menções honrosas

  • Mario Figueroa (São Paulo/SP)
  • Paulo Lourenço de Jesus (Brasília/DF)
  • Nonato Veloso (Brasília/DF)
  • Ricardo Felipe Gonçalves (São Paulo/SP)
  • Pedro Rodrigues do Prado (São Paulo/SP)

Depoimentos

Evento reuniu familiares das vítimas, autoridades, organização do Concurso e imprensa. Foto: Divulgação/IAB RS

Sérgio Silva, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), agradeceu a todos envolvidos e em especial ao prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobon, pela iniciativa de apoio ao Concurso desde o início de sua gestão. Paulo Carvalho, pai que integra AVTSM, e veio de São Paulo para a cerimônia, destacou que o será um memorial à vida, não um símbolo da morte. “Nossos filhos viveram e tiveram sonhos e eles continuam em nossos corações. O memorial é para o presente e para o futuro de outros jovens”, emocionou-se Paulo Carvalho.

“Foi um dos mais significativos concursos que o Instituto de Arquitetos do Brasil já realizou, pelo processo rico, intenso e com tanto sentimento envolvido”, destacou Rafael Passos, presidente do IAB RS. “O Memorial tem o objetivo e a responsabilidade de ressignificar aquela área física, para que não se repita. É o momento de a arquitetura dar sua contribuição neste triste evento”, falou Lídia Rodrigues, presidente do Núcleo do IAB em Santa Maria.

O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, observou que o Memorial terá um papel fundamental para transformar um lugar de dor em amor. “Queremos que o mundo inteiro possa saber que Santa Maria será uma cidade de acolhimento e de prevenção para que não se repitam nunca mais tragédias como essa”, destacou.

“Agradeço aos pais da AVTSM, às comissões deliberativas e à Prefeitura de Santa Maria pela confiança e parceria. Pelo menos 500 arquitetos do Brasil inteiro, que integram as 133 equipes, se dedicaram ao projeto. Essa participação demonstra o grande interesse dos profissionais em oferecer sua competência e criatividade para que Santa Maria faça uma homenagem significativa e relevante às vítimas da tragédia”, destaca o coordenador do Concurso e presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS), arquiteto e urbanista Tiago Holzmann da Silva.

8 respostas

  1. Deviam divulgar o nome de todos, tendo em vista que o coordenador não é o autor solo! Absurdo em um trabalho acadêmico esconder nomes.

  2. Nao vi os projetos dos concorrentes mas achei o ganhador MUITO oportuno com a proposta!!!!!
    Simples e completo. Um lugar de muita PAZ!!

  3. Lembra um pouco o Serpentine Pavilion do Peter Zumthor.

    Já podem ir se preparando, pois vai chover críticas da população e dos familiares das vítimas a respeito do projeto escolhido.
    É gritante a diferença entre a expectativa da população e aquilo que os arquitetos consideram “boa arquitetura”. Cada vez mais, estes, parecem se distanciar dos anseios da sociedade, vivendo em uma realidade paralela, afundados em seus conceitos acadêmicos, sofismas, semióticas, alheios à realidade fora da bolha.
    P.S. Não é uma crítica ao projeto, mas uma análise do contexto que tenho observado.
    Parabéns ao vencedor.

  4. De fato parece que o vencedor foi aquele que melhor considerou o genius loci, as possíveis expectativas dos envolvidos, e a economia de meios. Construiu menos, e construiu melhor.

  5. Intrigante como o vencedor ignorou o edital enquanto todos os outros participantes se preocuparam em adequar os requisitos e metragens. 1 banheiro? 1 auditorio com arquibancada, sendo que o orçamento era até 3 milhões. Se no edital tivessem descrito que não precisava seguir o programa e que deveria tentar ser o mais econômico possível tentando consolidar a edificação em pavimento único com certeza haveriam outras propostas melhor resolvidas do que esta, que esta legal, porem não irá colocar “santa maria no mundo” como disse o prefeito. Arquitetura para arquitetos. Parabéns ao arquiteto vencedor que soube ignorar o edital e ver que o que estavam pedindo era um absurdo. Lamento para todos os outros arquitetos que projetaram edificações lindas com programas complexos muito bem articulados

  6. achei o vencedor um absurdo. Transmite sensação de prisão, parece que estou enclausurada sofrendo um sufocamento, parece que minha alma está presa em meio a esses muros! Me sinto presa!

  7. No Programa de Necessidades:Pequena edificação (395m²); Memorial(70m²); Praça(300m²)> total=765m²//Área do terreno=639,72m². Quem cumpriu o edital não lançou o programa em um pavimento. Parabéns ao projeto ganhador. Desrespeito dos organizadores aos colegas que trabalharam, pagaram a inscrição e que cumpriram o edital.Isso desmotiva a participação em concursos e coloca em descrédito o IAB na organização. Boa escolha do projeto mas má organização do concurso.

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