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Arquitetos de Brasília vencem Concurso Parque Igarapé São Joaquim, em Belém do Pará

Equipes do Rio de Janeiro e Goiás também tiveram projetos premiados. Menções honrosas foram para arquitetos do Paraná e de Minas Gerais.

A Secretaria Municipal de Saneamento de Belém do Pará (SeSan) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) anunciaram no dia 04 de abril o resultado preliminar do Concurso Público Nacional de Projeto de Arquitetura da Paisagem: Parque Urbano Igarapé São Joaquim. O evento online teve transmissão simultânea nos canais do IAB e da Prefeitura de Belém (PA) no YouTube.

O concurso teve como objetivo a requalificação urbana, ambiental e da arquitetura da paisagem da área do entorno do igarapé São Joaquim, passando por 20 bairros da capital paraense. O projeto também prevê a criação do Parque Igarapé São Joaquim, que terá área de 6,48 hectares e 4,6km de extensão. Toda a obra está orçada em R$ 160 milhões e deve passar por licitação ainda este ano. A expectativa da Prefeitura de Belém é que as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2023.

Vencedores

Os grandes vencedores são de Brasília (DF) da equipe formada pelos arquitetos urbanistas Fabiano José Arcadio Sobreira (autor), Paulo Victor Borges Ribeiro (co-autor), Luana Alves Faria (colaboradora) e dos estudantes de arquitetura urbanismo Lucas Sousa e Luísa Porfírio. Eles levaram o prêmio de 50 mil reais, além da contratação assegurada com a Secretaria Municipal de Saneamento da Prefeitura Municipal de Belém.

A equipe da capital federal conquistou o júri pelo diálogo do projeto com a cidade de Belém em questões contemporâneas do urbanismo e da arquitetura da paisagem. De acordo com a avaliação, o primeiro lugar ainda se destacou nas intervenções propostas que primam pela simplicidade e singeleza, conferindo grande legibilidade aos espaços projetados. O rigor geométrico e a pureza formal do desenho das passarelas e dos elementos arquitetônicos contrastam, sem competir, com o protagonismo da paisagem natural do igarapé, evidenciando a relação dialética e complementar entre cidade e natureza. Outros destaques de relevância observados pela comissão julgadora presentes na proposta reúnem mobilidade e acessibilidade do território, com a criação de VLP, o protagonismo do pedestre e uma fundamental mudança de registro acerca do papel da água, celebrada como “fonte de vida e afirmação cultural”.

O segundo lugar do concurso ganhou o prêmio de 23 mil reais e foi para a equipe do Rio de Janeiro (RJ) formada pelos arquitetos urbanistas Duarte Vaz Guedes e Silva (autor) e pelos co-autores e colaboradores Elena Geppetti, Vinícius Ferreira Mattos, Caroline Nogueira Cavalcante Barreto, Kamila Barbosa Paganelli, Bruno Amadei Machado, Victor Huggo Fernandes de Brito, Rafaela Rezende Lessa, Bruno Kraemer Paragó, Larissa de Paula Scheuer, Mylenna Linares Merlo e Isadora Riker.

Para a comissão julgadora, a equipe carioca apresentou uma ideia de recuperação das funções ecossistêmicas da paisagem unindo infraestrutura e sociedade uma vez que a situação presente testemunha uma intervenção tecnicista que transformou o igarapé em canal de macrodrenagem. O júri ainda destacou a representação de grande qualidade e imaginação poética, cumprindo o papel de resgatar essa paisagem original e mediá-la por meio da cultura instalando esse registro de memória e referência fundamental para a construção de pertencimento e identidade em relação ao igarapé.

O terceiro lugar levou a premiação de 12 mil reais e foi conquistado pela equipe de Goiânia (GO) formada pelos arquitetos urbanistas Frederico Rabelo, Bruno Cabral, Mateus Maia, Guilherme Andrade, Rangel Brandão, Rafaella Marçal, Rodrigo Martins e Robson Leão.
A equipe chamou atenção do júri por adotar o princípio de simbiose entre natureza e os processos de ocupação humana, propondo um sistema que toma a terminologia da ‘metástase verde’ como paradigma de planejamento e projeto. Outro ponto importante foi o trânsito entre as escalas que se apresenta a partir da divisão entre cidade, bairros e centralidades. A proposta de mobilidade urbana se mostrou adequada e a preocupação com a comunidade local transparece nas leituras.

Menções honrosas

A primeira Menção Honrosa do Concurso Parque Igarapé São Joaquim foi para o arquiteto urbanista Martin Kaurfer Goic, de Curitiba (PR). O júri considerou a boa leitura urbana e de documentos, suas prerrogativas urbanísticas que convocam princípios contemporâneos e articulam questões ambientais a partir da ideia de infraestrutura, que o projeto denomina arquitetônico-urbanística.

A segunda Menção Honrosa foi para o arquiteto urbanista Benedito Moreira, de Ritápolis (MG). De acordo com a comissão julgadora, o projeto estabeleceu uma pauta que cruza questões do planejamento urbano e regional às da sociologia urbana, enfrentando uma diversidade de temas referente à infraestrutura urbana no local (gestão de resíduos, mobilidade urbana, rede de espaços públicos, equipamentos urbanos, drenagem e saneamento).

A comissão julgadora do Concurso Parque do Igarapé São Joaquim foi formada pelas arquitetas urbanistas Celma de Nazaré Chaves de Souza Pont Vidal, Clarice Mizoczky de Oliveira e Luciana Bongiovanni Martins Schenk, pelos arquitetos urbanistas José de Andrade Raiol e Cristovão Fernandes Duarte. Acompanharam os trabalhos como coordenador nacional do concurso pelo IAB o arquiteto urbanista Luiz Fernando de Almeida Freitas; e José Akel Fares Filho, como coordenador do convênio pela Prefeitura Municipal de Belém, e o arquiteto urbanista Pedro Freire de Oliveira Rossi, como membro suplente. Acesse o site oficial do concurso para mais informações.

 

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