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A arquitetura de extremos de Isay Weinfield

Foto: Marcos Pereira

 

“Não estou interessado em ficar numa caixinha.” Ao reunir centenas de arquitetos e urbanistas – tanto estudantes quanto profissionais formados há mais tempo – no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), durante o 21º Congresso Brasileiro de Arquitetos, o renomado arquiteto paulista Isay Weinfield explicou que gosta mesmo é de diversificar. “Os extremos me atraem. Gosto do movimento punk e da rainha da Inglaterra; de trufa branca e de torresmo.”

Premiado no Brasil e igualmente renomado no exterior, Isay defendeu a importância de não perseguir uma única linha criativa e buscar referências em outros universos que não somente o da Arquitetura e Urbanismo. Para ele, é fundamental ser curioso, humilde e investir na educação. Buscar o seu próprio caminho, ensina o arquiteto, é uma forma de aproveitar as direções apontadas pela faculdade, e não esperar que ela faça tudo pelo jovem profissional.

“Sempre bebi de outras fontes, não sinto que eu me insira em alguma escola. Sempre fui meio ‘outsider’ por pensar a arquitetura de outra forma. Os professores diziam para beber arquitetura no café, no almoço e no jantar. Para mim, nunca foi uma religião. Cinema, música, teatro, dança, artes plásticas, essas sempre foram as referências.”

Por 1h30, Isay Weinfield respondeu perguntas e compartilhou seu conhecimento no bate-papo que deu início às atividades do primeiro dia do CBA. Nome por trás de obras como o Instituto Ling (Porto Alegre), Hotel Fasano (São Paulo) e B Hotel (Brasília), Isay dedica-se atualmente a mais projetos no exterior que no Brasil. “Não foi nada fácil chegar lá”, recorda, ao comentar sobre seu projeto próximo ao High Line, em Nova York, e outro no centro de Viena, na Áustria.

“Entre o luxo e o popular, existe a mesma linha tênue que divide a comédia do drama”

Avesso a títulos, reconhecimentos e premiações, Isay mantém em sua fala a necessidade em ser humilde. Aos presentes, recomenda que não façam projetos pensando nos prêmios, e sim em garantir que a vida naquele ambiente seja feliz. “Não podemos esquecer que é o cliente que vai ficar lá dentro. Fazer obra prima, ganhar prêmio, isso tudo é consequência. O projeto tem que ser bom para quem vai usufruir dele.”

Do restaurante do Hotel Fasano a uma loja de rede de fast-food, Isay garante que o que vale mesmo é não repetir uma fórmula. “A mistura de tudo é a única coisa que vale a pena, sobretudo de gente. Arrisque-se constantemente”, declarou o vencedor de premiações importantes como o World Architecture Festival e o troféu Ouro no Prêmio IDEA de design.

 

 

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