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Arquitetura verde: qualidade de vida e sustentabilidade urbana

A população mundial é urbana. Segundo a Associação Brasileira dos Escritório de Arquitetura (AsBEA), nós nos transformamos efetivamente em um planeta urbano em 2007, quando mais da metade da população mundial passou a viver nas cidades. Dados sobre a emissão de gases e resíduos, extração de recursos naturais e produção de energias não renováveis são alarmantes, mas na contramão do antigo modelo de ocupação surgem planejamentos e projetos urbanos sustentáveis.

Arquitetos e urbanistas do Brasil e do mundo estão dando exemplo de como contribuir na busca por qualidade de vida nas cidades. Em Porto Alegre, a Unisinos acaba de inaugurar um campus com fachada e telhado verdes e, em Caxias do Sul, a novidade é a Parada Verde, projeto de retrofit de um ponto de ônibus.

Novo campus da Unisinos em Porto Alegre. Foto: Divulgação

O novo campus da Unisinos é um complexo arquitetônico projetado para otimizar o uso de energia. Mauricio Ceolin, arquiteto e urbanista da at-arquitetura, responsável pelo projeto, conta que o escritório buscou recuperar a área verde do entorno da obra de uma maneira contemporânea. “Havia naquela região da Av. Nilo Peçanha um campo de futebol e uma linha de vegetação que criava uma massa verde. Um dos desafios do projeto foi preservar a memória que as pessoas tinham daquele trecho”, destaca. Com isso, a fachada do prédio que pode ser observado das salas de aula do colégio Anchieta, localizado em frente ao campus, tem a mesma altura da antiga vegetação.

A planta escolhida para cobrir os telhados foi o boldo, resistente e ideal para o clima de Porto Alegre. Além disso, ele atrai polinizadores como as abelhas sem ferrão, que estão com déficit de locais para polinizar. Já o jardim vertical contará com Asparguinho, Bulbine, Falsa Erica, Clorofito e Tradescantia em sua vegetação.

Parada Verde: retrofit de ponto de ônibus em Caxias do Sul. Foto: Divulgação

A Parada Verde é uma parada ecológica idealizada pelo escritório ecco! archi studio e uma empresa local. Toda a estrutura original do ponto de ônibus foi aproveitada e reestruturada para receber o telhado verde e os benefícios térmicos e ambientais proporcionados pela cobertura. Ainda no telhado, foram instaladas duas placas fotovoltaicas, que tornam a parada energeticamente autossuficiente ao alimentar o totem – com pontos para recarga de celular e dispositivos móveis – e a iluminação pública do equipamento urbano e suas lâmpadas de LED. O sistema fotovoltaico é híbrido, ou seja, utiliza baterias e a rede pública como suporte, através de um inversor. Isso faz com que o fornecimento de energia tenha duas fontes e nunca seja interrompido.

Os bancos e telhados utilizam madeira plástica, que aproveita resíduos da indústria moveleira. O material é reciclado e também reciclável. Antigos assentos de ônibus também foram reaproveitados. “Testamos soluções de mobiliário urbano com tecnologias verdes, respeitando os princípios de sustentabilidade e design universal. Agora estamos realizando uma avaliação técnica do produto para a execução de um projeto-piloto de implantação da Parada Verde em larga escala”, comentam Karen e Fernanda Basso, sócias do escritório.

“O setor da construção é responsável por 40% do consumo mundial de energia, 16% da água utilizada, 40% das pedras e areia utilizados no mundo por ano, além de ser responsável por 25% da extração de madeira. Percebemos que nosso modo de construir precisa mudar com extrema urgência e a arquitetura sustentável é a resposta a estes números elevados e críticos”, concluem as arquitetas. Fachadas, telhados e paradas verdes: ideias e investimentos sustentáveis para serem difundidos neste e nos próximos anos.

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