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Diversidade cultural: CAU Mais Perto em Não-Me-Toque e Santo Ângelo

Santo Ângelo. Foto: Divulgação

Não-Me-Toque é um pequeno município de nome curioso e apenas 62 anos de fundação. Santo Ângelo é a Capital das Missões, fundada no longínquo ano de 1706. As duas cidades recebem, nesta semana, a visita do programa CAU Mais Perto, programa de atendimento e fiscalização pioneiro no país. O CAU Mais Perto leva o CAU/RS ao interior para prestar atendimento a profissionais e empresas, realizar ações de fiscalização e promover a Arquitetura e o Urbanismo a partir do diálogo com órgãos públicos, instituições de ensino superior, estudantes e população local.

Não-Me-Toque

  • Data: 07/03/2017
  • Horário: Das 09h30 às 11h30 e das 13h30 às 15h.
  • Local: Câmara de Vereadores (Avenida Alto Jacuí, 825 – Não-Me-Toque/RS – CEP 99470-000)

Santo Ângelo

  • Data: 08/03/2017
  • Horário: Das 09h30 às 12h e das 13h às 16h.
  • Local: Câmara de Vereadores – Sala de Eventos (Rua Antunes Ribas, 1111 – Centro – Santo Ângelo/RS – CEP: 98801-630)
A coleta biométrica para emissão de carteira só será realizada em profissionais graduados mediante registro no SICCAU, com apresentação do Diploma ou Certificado de Conclusão do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo.
Não-Me-Toque. Foto: Divulgação

Sobre as cidades

Com todas as suas diferenças, Não-Me-Toque e Santo Ângelo são exemplo da diversidade cultural do Rio Grande do Sul. A população nãometoquense é constituída por habitantes de descendência portuguesa, alemã e holandesa, em sua maioria. Já em Santo Ângelo, além dos europeus, há um grande número de indígenas que viviam na região antes da colonização dos padres jesuítas. A economia de Não-Me-Toque é fortemente baseada na indústria agrícola. Apesar do pequeno porte – cerca de 16 mil habitantes -, a cidade é conhecida como a Capital Nacional da Agricultura de Precisão. O município de Santo Ângelo também tem sua economia sustentada pela agropecuária, mas o setor de serviços e o turismo também são mercados que dão força à região. Embora estas cidades carreguem histórias muito diferentes, as tendências arquitetônicas, atualmente, não destoam tanto assim nos dois municípios.

Daniel Rodighero, arquiteto e urbanista natural de Não-Me-Toque, ressalta a importância da indústria na região e a forma como isto afeta a arquitetura da cidade. “Esta característica gera demanda no setor de construção de pavilhões, automação industrial e estruturas metálicas”, afirma o profissional. Rodighero observa que esta tendência também se aplica às construções residenciais, que têm clara inspiração moderna e contemporânea.

A arquiteta e urbanista Luísa Viau, também de Não-Me-Toque, destaca a falta de espaços de convívio coletivo como um problema no urbanismo da cidade. “Apesar de ser uma cidade organizada, limpa e arborizada, poderiam haver mais parques e áreas de lazer ao ar livre. Há também ciclovias em trechos das avenidas principais, que são utilizadas pela comunidade local e merecem ser ampliadas”, afirma Luísa. Sobre o mercado de trabalho, ela considera que a situação é competitiva, em função da grande oferta de cursos de Arquitetura e Urbanismo nas universidades da região. “Na mesma proporção da competitividade está a desvalorização da nossa profissão. Infelizmente, os valores praticados estão abaixo do mercado e acredito que este seja um problema comum nas cidades do interior do Estado”, lamenta.

Em Santo Ângelo, a tendência de uma arquitetura mais moderna e contemporânea, com linhas mais puras, tom sóbrio e poucos detalhes, também prevalece nos imóveis residenciais projetados mais recentemente. A estética contrasta com as construções e monumentos antigos da tradicional cultura missioneira da região. O arquiteto e urbanista João Fortes, que atua no município, aponta referências da tradição arquitetônica e artística de Santo Ângelo. “Encontramos em nossa cidade resquícios e lembranças da forte colonização guarani, como a bela Catedral Angelopolitana, réplica das catedrais missioneiras. Ainda podemos mencionar o Museu Ferroviário e monumento à Sepé Tiaraju, bem como as belas pinturas no Interior da Capela Verzeri do italiano Emilio Sessa”, destaca. Também partiu de Santo Ângelo o grande movimento da Coluna Prestes, hoje reverenciado através de um monumento alusivo a este fato histórico, projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer.

Mas o cuidado com a memória histórica de Santo Ângelo não impede a renovação no pensamento da arquitetura e urbanismo do lugar. O curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Regional Integrada (URI), implantado há seis anos, tem um papel importante nesta renovação, conforme Fortes. “Através deste curso, que mantém diversas atividades extraclasse na comunidade, percebe-se o quanto sua prática influencia a urbanização da cidade, através de estruturas mais contemporâneas, paisagismo aliado ao respeito e valorização do meio ambiente”, afirma o profissional.

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