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Água e cidade aparecem como temas de trabalho finalista do Prêmio Universitário Aberje

Foto: Lenara Pothin

Receber água potável para consumo e higiene é condição essencial para a manutenção da saúde pública. Ainda assim, conforme dados da Unicef e da OMS, uma em cada três pessoas no mundo não têm acesso a serviços de saneamento básico. Embora o processo de tratamento da água seja indispensável, poucas pessoas se interessam de fato em conhecer o caminho que este recurso faz até chegar às casas das pessoas. Buscando visibilidade à questão da água, a estudante de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, Lauriele Pereira, e seu grupo – composto por estudantes de Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Engenharia Ambiental – desenvolveram um trabalho intitulado “Da despesa ao valor”, finalista da 8ª edição do Prêmio Universitário da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).

A Aberje provocou estudantes com o tema “o custo da água e o real valor deste recurso para a sociedade” e propôs aos grupos a elaboração de um planejamento de comunicação para a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), empresa que detém a concessão dos serviços públicos de saneamento na região. De acordo com Lauriele, o seu grupo buscou conscientizar a população quanto à importância da água e os processos envolvidos no tratamento do esgoto. “Como não moramos em São Paulo e existe lá uma relação bem diferente, com todo o histórico de seca, começamos fazendo uma pesquisa com os usuários da região. Percebemos que eles não tinham uma visão boa do saneamento básico. Se interessavam nas condições com que a água chega em suas casas, mas não em como ela sai da casa de cada um e é tratada depois”, afirma.

O projeto desenvolvido pelo grupo se apoiou em quatro pilares: o custo do tratamento da água, o valor deste recurso, as pessoas envolvidas nos processos de saneamento e uso da água, e a mudança tarifária da SABESP. “Para isso, criamos quatro objetivos: sensibilizar os públicos, capacitar os colaboradores para uma gestão eficiente e participativa, implementar iniciativas de gestão que deem consistência a esse novo momento, e comunicar a reestruturação tarifária”, explica Lauriele.

Para ela, a experiência de envolvimento com o trabalho foi interessante para entrar em contato com as pessoas e saber o que elas pensam sobre água e saneamento. “A cidade é voltada para as pessoas, e é importante saber o que elas pensam. Já existe a lei que estabelece diretrizes para o saneamento básico, mas é uma coisa que não acontece da forma ideal”, diz a estudante.

Desde o início da organização do trabalho, os professores orientadores tinham em mente a necessidade de constituir um grupo interdisciplinar. Como estudante de Arquitetura e Urbanismo, Lauriele conseguiu levar a estudantes de outras disciplinas alguns aspectos do seu conhecimento ainda acadêmico. “Levei discussões de sustentabilidade, reutilização da água, relação do saneamento com a estrutura da cidade. Falei sobre o plano de Paris e a implantação do sistema de tratamento de esgoto”, relata.

Lauriele, Manuela Rodrigues (Engenharia Ambiental/UFRGS), Guilherme Rolin (Relações Públicas/UFRGS), Carolina Porto (Publicidade e Propaganda/UFRGS) e Lucas Pimenta (Relações Públicas / PUCRS) participam da etapa final do Prêmio Universitário Aberje, em São Paulo. O grupo está arrecadando fundos para bancar a viagem através de financiamento coletivo, já que nem todos os integrantes possuem condições socioeconômicas para pagar pelas despesas envolvidas. A estudante de Arquitetura e Urbanismo observa que o investimento de cada pessoa que contribuir com o projeto voltará para a sociedade. “O tratamento de esgoto é algo que envolve todo mundo, e este trabalho é uma maneira de colocar isso em evidência”, conclui. O trabalho foi orientado pelos professores Denise Avancini Alves (Relações Públicas/UFRGS) e Diego Wander (Relações Públicas / PUCRS).

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