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Pelotas e São Lourenço do Sul: monumentos e belas paisagens em meio a arquitetura contemporânea

Foto de Andrea Dallevo/UOL

Duas cidades que foram vilas e que estavam unidas: Pelotas e São Lourenço do Sul. Enfrentaram a invasão espanhola no século passado, construíram personalidade própria e desenvolveram uma arquitetura contemporânea, com casas lineares e linhas retas, priorizando o conforto de seus habitantes. É nestes municípios que o CAU Mais Perto estará nesta semana.

Pelotas foi fundada em 1758, primeiramente conhecida como Vila de São Francisco de Paula e agora a terceira cidade mais populosa do RS (343.651 habitantes). Localizada às margens do Canal São Gonçalo, que liga as Lagoas dos Patos e Mirim, teve seu nome baseado nas embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios na época das charqueadas, que eram chamadas de “Pelota”. Sua colonização portuguesa mostra a forte influência que recebeu do país, com seus casarões de cerâmica na fachada.

Tanto a zona urbana quanto a zona rural da cidade tem monumentos, paisagens e belas vistas, que fizeram com que a televisão brasileira escolhesse o município para alguns filmes, como “O Tempo e o Vento”, gravadas em 2012. Segundo Elizabeth Lambrecht, arquiteta e urbanista da região, “Pelotas é conhecida pelas belezas arquitetônicas de prédios tombados”. Na praça central da cidade está concentrada boa parte do Patrimônio Histórico e monumentos. Um exemplo é o chafariz “As Três Meninas”, vindo de Escócia em 1873. Porém, o maior monumento da cidade é a caixa d’água de ferro, localizada na Praça Piratinino de Almeida, construída em 1875, e que ainda serve ao abastecimento diário de água no município.

O Mercado Público, construído entre 1847 e 1853, é um dos destaques. Seu projeto foi feito no estilo neoclássico, tendo sido mudado para Art Nouveau após 1970, quando o prédio foi destruído por um incêndio e reconstruído. Nele se encontram a torre do relógio e o farol de ferro, importados de Hamburgo, na Alemanha, fazendo uma alusão a Torre Eiffel na cidade gaúcha.

Foto de Osmar do Prado e Silva

Mesmo sendo uma cidade antiga, com vários patrimônios históricos que foram e estão sendo restaurados, Pelotas está crescendo cada vez mais. A recém-formada em Arquiteta e Urbanismo, Laura Nickhorn, percebe o crescimento urbano na cidade. “As ruas estão sendo mais usadas por pedestres do que antigamente. Temos vagas vivas nas ruas, ocupando os lugares dos carros. Além disso, temos obras para o transporte público em andamento. Com certeza o urbanismo da cidade vem crescendo nos últimos tempos”, afirma Laura.

 

Retrato de vizinhança: São Lourenço

São Lourenço do Sul teve sua origem no final do século XVIII, com o nome Fazenda do Boqueirão, quando a Coroa Portuguesa distribuiu sesmarias aos militares açorianos que lutaram contra os espanhóis. A partir desse momento, a cidade começou seus negócios com a exploração da pecuária. Em 1830, por decreto de D. Pedro I, a Fazenda do Boqueirão se desmembrou da Vila de Rio Grande e se uniu à Vila de São Francisco de Paula (atual Pelotas), dando origem a Freguesia do Boqueirão.

O pequeno porto, que já servira à esquadra comandada por Giuseppe Garibaldi durante a Revolução Farroupilha, passou a ser um dos mais importantes portos de veleiros mercantes do sul do Brasil, contribuindo para o progresso da Colônia que se transformou em uma potência agrícola: a maior produtora de batata da América do Sul durante o século XIX e parte do século XX.

No dia 26 de abril de 1884, a Freguesia do Boqueirão se separou de Pelotas e se tornou uma vila, que foi promovida à categoria de cidade em 1938, com o nome São Lourenço do Sul, pelo seu progresso na produção agrícola e facilidade dos transportes aquáticos.

Foto divulgação Rio São Lourenço

Atualmente, a arquitetura de São Lourenço do Sul possui predominância de edificações residenciais baixas. Porém, devido à economia se basear na agricultura e no turismo, que tem crescido consideravelmente nos últimos anos, nota-se um aumento na busca por construções de qualidade que possam servir de moradia. Quanto ao seu urbanismo, vem crescendo a valorização e utilização dos espaços públicos (principalmente a orla da Lagoa dos Patos) como locais de contemplação, prática de esportes e eventos culturais.

A arquiteta e urbanista Mayara Martins Vieira, que atua em São Lourenço no Sul, afirma que a tendência na arquitetura local é o minimalismo contemporâneo, com linhas retas e puras, fachadas envidraçadas e utilização de revestimentos dos mais variados, priorizando a qualidade e o conforto nas construções e, assim, abrindo espaço para os profissionais que buscam atualização e informações a respeito das tendências mundiais de construção e de sustentabilidade, assunto bastante abordado e aplicado às construções. Mesmo com o atual cenário econômico brasileiro, o mercado da cidade se encontra cada vez melhor para os arquitetos e urbanistas. “O público tem dado indícios de que será um ano bastante produtivo no setor da construção civil. Neste momento, o mercado está mais voltado para as reformas, projetos de interiores e ampliações de construções já existentes”, comenta.

 

Participe das atividades do CAU Mais Perto

 

Pelotas

Data: 14/02/2017

Horário: Das 10h às 13h e das 14h às 16h30.

Local: Museu do Doce – UFPEL (Praça Cel. Pedro Osório, Casarão 8 – Centro)

 

São Lourenço do Sul

Data: 15/02/2017

Horário: Das 11h às 13h e das 14h às 17h.

Local: Plenário da Câmara Municipal de Vereadores (Av. Marechal Floriano Peixoto, 1892. 2º Andar)

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